II Bienal do Museu de Arte Moderna de Sao Paulo
Brasil, 1953.
Venezuela
A delegação artística da Venezuela à 2.a Bienal de São Paulo está integrada pelos valores mais puros e sinceros de seu momento plástico.
A jovem pintura venezuelana, libertando-se finalmente dos ressaibos acadêmicos e seus acidentes, do surrealismo artificioso e de um néo-impressionismo ultrapasado, que até há pouco retinha sua franca eclosão, entrou na senda luminosa da criação pura, espontânea e honesta.
Hector Poleo, de nomeada internacional, passou seu temperamento requintado pelo crivo do expressionismo mexicano, antes de fixar sua personaZi-· dade. Uma técnica depurada torna-o irmão espiritual dos primitivos flamengos e italianos do século XVI. Oswaldo Vigas, dotado de uma bela in-o tuição sensível nas suas composições, mostra-nos a riqueza sensual de sua paleta. Armando Barrio8' alcançou uma grande pureza espiritual em suas sínteses geométricas, das quais se desprende uma harmoniosa ciência da cõr. Manaure expressa sua sensibilidade finíssima em seus quadros abstratos, os quais irradiam uma luz profunda, interior e irreal.
Feliciano Carvallo é o representante do gênio popular, sem truques, no seu autêntico e ingênuo primitivismo. Mario Abreu, deslumbrante com seu colorido nebuloso, Cruz Diez, desenhista seguro de engenhosa candura, e os demais, Sanchez, Bogen, Dora Hensen, Hurtado expõem a expressão, independente e serena da atualidade venezuelana, no seu domínio da plástica pura.